Nonô (Ary Fontoura) casa-se com sua empregada, Frozina (Berta Loran), no último capítulo da novela "Amor com Amor se Paga" (1984).
Reveja a cena
sábado, 18 de outubro de 2008
ARY FONTOURA
Nascido no Paraná, o ator Ary Fontoura dedica mais de 50 anos de sua vida à carreira artística: teatro, cinema e televisão, veículo que possibilitou ao ator interpretar muitas personagens curiosas, como o lobisomem Aristóbulo, de "Saramandaia" (1976); o adorável avarento Nonô Correia, de "Amor com Amor se Paga" (1984); o simpático velhinho Romeu, de "Hipertensão" (1986); o alucinado Nero, de "Bebê a Bordo" (1988), e o prefeito medroso de Asa Branca, Florindo Abelha em "Roque Santeiro" (1985), entre outros. Atualmente Ary é Silveirinha na novela "A Favorita", personagem que foge aos padrões da imensa galeria de tipos já criados pelo ator. . . . VÍDEO . Reveja Ary Fontoura em cenas das novelas "Amor com Amor se Paga" (1984) e Dancin' Days" (1978). . . AMOR COM AMOR SE PAGA (1984)
PERSONAGENS INESQUECÍVEIS . . Nonô Correia - Ary Fontoura na novela "Amor Com Amor Se Paga" (1984). . . O que faz um sujeito sovina, mesquinho, ranzinza, grosseiro, chantagista, pulguento e mal-humorado ser tão querido pelo público? Nonô Correia é um dos maiores mistérios da teledramaturgia neste aspecto. Extramente pão-duro, ele instituiu o jantar à luz de velas em sua casa. Não para criar uma atmosfera romântica, obviamente, mas para economizar energia elétrica, que está pela hora da morte! Criou também "o dia do arroz", em que o prato principal do almoço (sem direito a acompanhamento) é o próprio arroz e simplesmente arroz - "Arroz é saudável e alimenta!". Como se não fosse o bastante, tratou de planejar "o almoço por tempo" que consiste em acionar um cronômetro na hora do almoço e após o tempo estipulado (10 minutos) os pratos eram retirados da mesa. Tá achando engraçado? Talvez seja exatamente este o ingrediente que cativou o público e fez com que seu Nonô fosse tão adorado: o humor. As constantes cenas em que o velho aparecia catando pulgas do corpo ou ridicularizando a filha Elisa, dizendo que ela era muito feia e que nunca ia conseguir um bom pretendente, ou ainda as frequentes brigas com Frozina, a coitada da empregada que trabalhava na casa de graça há anos, com certeza divertia muito os telespectadores. Mas esta figura não era só engraçada, não. Ele também tinha um lado soturno. Teve uma infância miserável. Foi obrigado a roubar muitas vezes para não morrer de fome, o que fez com que ele se tornasse um velho extramente econômico, tão econômico que acumulou uma verdadeira fortuna escondida em uma passagem secreta na estante de seu quarto. Este senhor se mostrou extremamente mau-caráter ao chantagear a noiva Marianinha por causa de um erro médico cometido por seu pai no passado. Entretanto, o coração deste homemfoi aos poucos sendo adocicado pela pureza de um menino, o meigo Zezinho, que aos poucos fez nascer a afetividade do coração empedrecido de Nonô Correia. Ô figurinha!