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sábado, 10 de setembro de 2011

MEMÓRIAS DE JORGE BOTELHO - Parte 6



MARRON GLACÉ  (1979)


Marron foi praticamente minha despedida da TV, e na época não achava que seria assim. A começar, fui a segunda opção para o papel. Acho que a primeira opção seria um colega de Tablado da Sura (Berditchevsky, que fez a Vanessa na novela). Ele não aceitou. Logo quando fui chamado, fiquei com a impressão que teria que ser aprovado pela Sura. É um fato que nunca confirmei. Era, como diria Guimarães Rosa: "não sabia de nada, mas desconfiava de tudo".

   
Uma curiosidade: minha mãe na novela foi a Rosita Thomas Lopes, e anos antes, quando eu tinha apenas 14 anos, fui colega de turma do filho dela no Colégio Pedro II. Meu pai era o Roberto Faissal, uma das mais lindas vozes da Radio Nacional do Rio de Janeiro, que me ajudou muito na cena depois do casamento desfeito. Era uma cena muito dramática, mas ficou mais fácil quando embalada pela sua voz. Era também um bom amigo. Aliás, amigos, posso citar alguns que me deixaram boas recordações, como o "professor" Ary Fontoura, Paulo Figueiredo, sempre generoso e companheiro, o querido Armando Bogus de saudosa memória, João Carlos Barroso, Dirce Migliaccio, que voltava a encontrar - estivemos juntos no Bem Amado e no Pica pau Amarelo - Laerte Morrone e Yara Cortes, com quem tinha feito uma peça de teatro.

Sempre me perguntaram do meu relacionamento com a Sura, ao que sempre respondi: não havia relacionamento nenhum. A Sura, para mim, só se dirigia em cena. Fiquei com a impressão que ela atravessava uma fase ruim na sua vida. Bem diferente era Louise Cardoso, sempre simpática e comunicativa. No final da novela, Cassiano me agradeceu pelo contraponto dramático que havia conseguido manter.


Nessa época, rompi uma regra sagrada que até ali vinha respeitando - não namorar colegas de trabalho, atrizes em geral - e comecei um relacionamento com a bela e suave Isis Koschdosky. Queria manter isso em segredo porque no fundo intuía que a divulgação do nosso relacionamento traria problemas tanto para ela como para mim mesmo. Mas a imprensa caiu em cima e publicou. Não demorou muito fui alertado por colegas que um importante diretor estava furioso porque alimentava esperanças de conquistar o coração dela. Nosso caso terminou com muito sofrimento, mas a carreira dela foi imensamente prejudicada. A sensação, aquela coisa que não é falada abertamente, é apenas sentida, era que as portas se fechavam diante de nós. 



Jorge Botelho com Rosita Thomas Lopes





CONTINUA ...


sexta-feira, 2 de setembro de 2011

 1979




Marron Glacé é uma novela inesquecível para Louise Cardoso!



Revista Minha Novela


Colaboração: Oscar Gouldman


domingo, 24 de abril de 2011

sábado, 8 de novembro de 2008

1980








UM BOMBOM ENVENENADO
Escrito por Paulo Maia e publicado pelo Jornal do Brasil (07/02/80)
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Cassiano Gabus Mendes tem nas mãos o segredo do sucesso das novela no horário das 19h. Marron Glacé é mais uma de suas histórias em que aparecem a ambição como personagem principal e a riqueza como objetivo. Tem cenários luxuosos, com piscinas e mulheres bonitas, que a maioria dos personagens da novela geralmente pobres, quer conquistar, seja qual for preço a pagar.

O público gosta dessa receita doce, preferindo-a a pratos mais salgados que lhe reservam autores como Jorge Andrade, Lauro César Muniz e Dias Gomes, entre outros, muito embora nem sempre abandone em massa esses últimos. Cassiano tem um gosto todo especial pelo lumpemproletariado, por essa gente que depende, de alguma forma e diretamente, de uma casa rica para sobreviver. Suas babás e seus garçons são bonecos do mesmo barro, figuras da mesma estirpe humana.
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Suas novelas não têm aquele sabor kitsch de loucura absoluta que dona Janete Clair mantém sob controle, numa mágica invejável. Ao contrário, seu texto é certinho e, ao decorá-lo, tão fácil e tão correto ele é, os atores não têm a mesma dificuldade que têm ao enfrentar o sem nexo total da autora de Pai Herói ou os monólogos longos do autor de Os Ossos do Barão. Quem viu a reprise de Pecado Capital, nesse festival de 15 anos da Globo, pôde comparar a personalidade ciclotímica dos personagens de Janete Clair em contraposição ao dejá vu total dos personagens de Cassiano Gabus Mendes.
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É bem verdade que as criaturas do autor de Marron Glacé têm uma extraordinária tendência para uma ausência de caráter mais ou menos acentuada. Esse Otávio, o gerente do bufê, às voltas com a canastrice do galã Paulo Figueiredo, tem muito a ver com aquela babá interpretada, ainda nos tempos da televisão em preto e branco, por Suzana Vieira.
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Marron Glacé tem assim aparentemente, aquele espírito leve e folgazão exigido para os horários vesperais e de início de noite, mas, no fundo, nas entrelinhas de seus diálogos, bem que poderia haver a possibilidade de afastar seu enredo dos atentos olhos infantis que povoam o público telespectador do horário das 19h. O bufê de Madame Clô esconde histórias inconfessáveis de gente da pior espécie, esses tipos humanos capazes de protagonizar os pesadelos mais macabros.
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Salva a telenovela a participação de um elenco heterogêneo, mas acima das possibilidades estéticas do texto. Gonzaga Blota dá-se o luxo de ter uma atriz do porte de uma Teresa Rachel numa ponta, se bem que a personagem de Lola ganha cada vez mais tempo, inclusive pela garra com que a artista a defende, livrando-a até da tendência que o autor deve ter de levá-la ao maquiavelismo absoluto. Lima Duarte, Yara Cortes e esse cômico extraordinário que é Laerte Morrone completam O time de atores de primeira grandeza, no universo do núcleo das 19h.
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Há, naturalmente, atuações de nível inferior, como a de João Carlos Barroso. Os trejeitos exagerados de Juliano estão muito abaixo da expectativa que pode ter de um ator como Ricardo Blat. Em compensação, a falsa ingênua Ritinha é uma interpretação nunca esperada de Heloísa Millet. Se, para Mila, interpretar é apenas esconder as orelhas sob o cabelo liso, pelo menos há um Ary Fontoura usando toda a experiência do teatro em frente da câmera, em seu Ernani. Boa surpresa é a burra e fútil Leonora de Lady Francisco, embora tenha de contracenar tantas vezes com Denise Dumont, que é uma atrizinha ruim de amarrar.
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De um modo geral, o saldo da direção é positivo pelo ritmo, pela boa exploração do texto certinho de Cassiano Gabus Mendes e pelo fair play com que enfrenta a tentativa da história de provar que todo pobre é um mau-caráter em potencial. Marron Glacé é um bombom. Nada pode opor a seu doce, inclusive porque não é enfarado. Pena que não deixe de ter o veneno de sempre.
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Fonte: TV Pesquisa - Puc-Rio
Foto: site João Carlos Barroso
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domingo, 22 de junho de 2008

IMAGENS DO PASSADO
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LOUISE CARDOSO

1979
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Foto: Revista Contigo! (1979)
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segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

1979
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MARRON GLACÉ
Os garçons mais famosos dos anos 70!














PAULO FIGUEIREDO, JOÃO CARLOS BARROSO, RICARDO BLAT E LIMA DUARTE
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Foto: site João Carlos Barroso
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