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segunda-feira, 17 de outubro de 2011

VÍDEO ESPECIAL


Na segunda parte da parceria do blog Agora é Que São Eles com o Memória da TV, os autores Ana Maria Moretzsohn, Ricardo Linhares, Cristianne Fridman, Silvio de Abreu, Marcilio Moraes, Walcyr Carrasco e Manoel Carlos relembram novelas marcantes nos 60 anos da telenovela brasileira.





Assita abaixo ao vídeo exclusivo com as homenagens.

CLIQUE AQUI  e leia também os depoimentos dos autores no blog Agora é Que São Eles.


sexta-feira, 2 de outubro de 2009

1990
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ESPECIAL











No dia 3 de dezembro de 1990 foi ao ar o primeiro capítulo da novela "Lua Cheia de Amor". Inspirada em "Dona Xepa", obra teatral de Pedro Bloch, a história central já era conhecida pelo grande público. A novela homônima foi um grande sucesso em 1977, tendo Yara Côrtes no papel central.

Escrita por Ana Maria Moretzsohn, Ricardo Linhares e Maria Carmem Barbosa, "Lua Cheia de Amor" teve como protagonista a atriz Marília Pêra, que viveu Genu, uma simpática camelô que não media esforços para dar tudo do bom e do melhor aos dois filhos: o inseguro Rodrigo (Roberto Bataglin) e a ambiciosa Mercedes (Isabela Garcia).

Genu não teve a oportunidade de estudar, por isso mesmo tem um vocabulário todo próprio para se expressar, fato que envergonha seus dois filhos. Foi abandonada pelo marido, Diego (Francisco Cuoco), que fugiu logo depois que perdeu a loja de louças que os dois tinham em uma aposta de jogo. Mas Genu nunca deixou nada faltar aos filhos, ainda que levando uma vida modesta. Generosa e honesta ao extremo, era uma verdadeira lição de vida a todos que se aproximavam dela. Uma mulher batalhadora e com um grande coração, um coração do tamanho de uma lua, uma lua cheia de amor!

Se, por um lado, a novela não agradou o grande público, e não repetiu o sucesso de Dona Xepa, pelo menos brindou os telespectadores com uma das personagens cômicas mais interessantes da nossa teledramaturgia, a alpinista social Kika Jordão, interpretada com maestria por Arlete Salles, que roubou todas as cenas da novela. Sua luta incansável por se aproximar da socialite Laís Souto Maia (Susana Vieira) rendeu os melhores momentos da novela. Seu bordão "translumbrante, fofa!" caiu no gosto nacional. A personagem foi tão amada pelo público, que os autores acabaram permitindo que Kika conseguisse entrar de vez "pelas portas douradas da sociedade", e virasse amiga de sua musa, sua "irmã siamesa", Laís Souto Maia. Diferentemente do que aconteceu com a personagem Glorita, vivida por Ana Lúcia Torre, na versão de Dona Xepa de 77.

Destaque também para Isabela Garcia, que depois de viver muitas personagens doces nas novelas, mostrou muito talento ao interpretar a ambiciosa Mercedes.

Brilharam também: Drica Moraes, interpretando a cleptomaníaca Isabela; Lú Mendonça, como Zeli, a amiga de todas as horas de Genu, e Geraldo Del Rey, que viveu Túlio, o grande amigo que nutria uma paixão platônica pela camelô.

por Guilherme Staush
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MATÉRIAS

Revista Amiga (1990)


Quem é quem na novela


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Primeiros momentos da novela





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VÍDEOS
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O Memória da TV postou o primeiro capítulo, na íntegra, da novela "Lua Cheia de Amor" em seu canal, no You Tube. CLIQUE AQUI para conferir!
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terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

ESPECIAL









A novela "Corpo a Corpo" completa 25 anos este ano.
Escrita por Gilberto Braga e dirigida por Dênis Carvalho e Jayme Monjardim, a novela estreou no dia 26 de novembro de 1984.

A trama principal, confusa, envolvendo Eloá (Débora Duarte) e seu pacto com um suposto diabo (Flávio Galvão), acabou perdendo seu encanto e dando espaço aos temas fortes abordados pelo autor, sendo que o preconceito racial foi o que mais teve espaço. A atriz Zezé Motta acabou sendo vítima de discriminação racial dentro e fora da novela.

Destaque para os atores Glória Menezes, Hugo Carvana, Antonio Fagundes, Débora Duarte, Flávio Galvão, Lauro Corona, Eloisa Mafalda, Stênio Garcia, Zezé Motta, Malu Mader e Joana Fomm, vivendo uma de suas mais terríveis vilãs, a ambiciosa Lúcia Gouveia.

A novela marcou a estréia de três atrizes que consolidaram suas carreiras na televisão: Lília Cabral, Andréa Beltrão e Luiza Tomé.

Merece destaque também o trabalho dos atores Selton Mello, que ainda criança já demonstrava ter muito talento, e da veterana Zeni Pereira, que vivendo mais uma empregada, roubou várias cenas, como de costume.
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REPORTAGENS


Revista TV 7 Dias (Portugal).



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Reportagens e fotos gentilmente cedidas por Carolina Floare
Blog A Arte de Débora Duarte


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VÍDEOS
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PRIMEIRO CAPÍTULO NA ÍNTEGRA

Assista ao primeiro capítulo na íntegra da novela "Corpo a Corpo" no canal Memória da TV (Youtube) - CLIQUE AQUI

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ÚLTIMO CAPÍTULO NA ÍNTEGRA

Assista ao último capítulo na íntegra da novela "Corpo a Corpo" no canal Memória da TV (Ning) - CLIQUE AQUI


DEPOIMENTO DA ATRIZ ZEZÉ MOTTA

Assista ao depoimento da atriz Zezé Motta sobre sua personagem na novela Corpo a Corpo.



Ache outros vídeos como este em Memoria da TV

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Veja ainda as TRILHAS SONORAS da novela Corpo a Corpo na seção "trilhas" ou na seção da novela "Corpo a Corpo", no menu deste blog.
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domingo, 27 de janeiro de 2008

NA TELEDRAMATURGIA TUDO SE COPIA...
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Nesses tempos bicudos, de crise intelectual, em que a originalidade parece estar cada vez mais ausente na teledramaturgia, um remake parece ser mesmo uma boa solução para segurar um telespectador cada vez mais exigente. Afinal, nossos novelistas muitas vezes inserem em suas "novas" tramas os velhos clichês já utilizados diversas vezes em suas novelas anteriores. Melhor mesmo seria assumir que se trata de uma mesma novela com uma versão modernizada.
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Alguns remakes repetiram o grande sucesso de audiência da versão original como "A Viagem", "Mulheres de Areia" e "Anjo Mau"; Outros foram versões mal sucedidas de grandes sucessos da teledramaturgia como "Pecado Capital", "Selva de Pedra" e "Irmãos Coragem", coincidentemente três mega-sucessos da escritora Janete Clair.




Francisco Cuoco (Cristiano) e Regina Duarte (Simone/Rosana) na primeira versão de "Selva de Pedra" (1972), um grande sucesso de Janete Clair.



O sempre competente Tony Ramos e a inexperiente Fernanda Torres no fracassado remake de 1986.



Sinhá Moça: sucesso na versão original (1986) e no remake (2006).

As protagonistas da novela: Lucélia Santos na primeira versão e Débora Falabella no remake.



Lucélia Santos estreou muito bem em um dos maiores sucessos da teledramaturgia brasilera, "Escrava Isaura" (1976).
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A versão da novela produzida pela Record em 2004, estrelada por Bianca Rinaldi, também foi bem sucedida. As duas versões foram dirigidas por Herval Rossano.



As duas caboclas: Glória Pires (1979) e Vanessa Giácomo (2004).
A Globo tentou lançar Cléo Pires, filha de Glória, para viver a Zuca da nova versão, mas a atriz não quis fazer a mesma trajetória da mãe.



Betty Faria e Francisco Cuoco viveram Lucinha e Carlão na primeira versão de "Pecado Capital" (1975), outro grande sucesso de Janete Clair.
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Eduardo Moscovis viveu o motorista de taxi na segunda versão da novela, escrita por Glória Perez. Foi um dos piores remakes da teledramaturgia.



Comemorando os 30 anos da emissora, a Globo produziu o remake de "Irmãos Coragem", originalmente escrita em 1970.
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Na primeira versão Tarcisio Meira, Cláudio Cavalcanti e Cláudio Marzo viveram os irmãos da família Coragem; Marcos Palmeira, Ilya São Paulo e Marcos Winter deram vida aos personagens no remake de 1995.


Susana Vieira e Glória Pires: dois anjos maus.
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As duas versões foram sucessos de audiência. A babá vivida por Susana na primeira versão era mais malvada e morreu no final da novela; A Nice de Glória Pires era mais boazinha e ficou com seu amado Rodrigo no final da trama.



Eva Wilma deu vida às gêmeas Ruth e Raquel na primeira versão de "Mulheres de Areia" (1973), produzida pela Rede Tupi; Carlos Zara fez Marcos, seu par romântico.


Glória Pires deu um verdadeiro show interpretando as gêmeas de personalidades diferentes no remake da novela, em 1993.




"Éramos Seis" de Maria José Dupret teve três versões: a primeira com Silvio Rocha e Cleide Yáconis em 1967; a segunda com Gianfrancesco Guarnieri e Nicete Bruno (foto 1) em 1977 e a terceira com Othon Bastos e Irene Ravache (foto 2) em 1994, interpretando o casal Júlio e Lola.




As duas viagens de Ivani Ribeiro: Eva Wilma na versão de 1975 e Christiane Torloni no remake muito bem sucedido de 1994.
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As atrizes viveram a personagem Diná na novela "A Viagem".


E as versões para antigos clássicos da teledramaturgia não ficam por aí. A Globo está produzindo "Ciranda de Pedra" para substituir "Desejo Proibido". A novela foi um grande sucesso em 1981 e desta vez terá uma nova adaptação, com mais fidelidade à obra de Lygia Fagundes Telles.

A primeira versão de "Ciranda" foi uma das melhores novelas de época de todos os tempos, com excelentes atuações, produção caprichada e trilha sonora de primeira. É esperar para ver se a nova adaptação vai repetir o sucesso da primeira.

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Guilherme Staush
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terça-feira, 18 de dezembro de 2007

ESPECIAL





Novela de Jorge Andrade

Direção de Antonio Abujamra

Rede Tupi - 1979



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O SOLITÁRIO VÔO DA GAIVOTA
Escrito por Rose Esquenazi e publicado no Jornal do Brasil - 20/04/1996


Quanto tempo é necessário para se concretizar uma vingança? No caso de Daniel (Rubens de Falco) foram 30 anos, isto é, ele levaria 30 anos se, no final, não desistisse do próprio gesto. Essa é a história da novela As gaivotas, sucesso da Tupi assinado por Jorge Andrade, em 1979. Escrita como se fosse um quebra-cabeça, a trama trazia a marca do dramaturgo: era teatro feito na TV, com seus gestos marcados e entonação própria. "Jorge tinha uma mão pesada, mas era muito bom", elogia Henrique Martins, que dirigia um elenco de 18 atores do núcleo fixo da emissora prestes a entrar num processo de falência.

Daniel era o aluno pobre de um internato freqüentado pela elite e vivia sendo humilhado por seus colegas ricos. No ano da formatura, 1949, ocorre o assassinato da professora e, imediatamente, ele é acusado de ser responsável pelo crime. Sem costas quentes para defendê-lo, acaba atrás das grades. Nunca mais ele se esquece da traição, jurando vingar-se de cada um dos membros de sua turma. Entra no ramo da metalurgia e, com o tempo, fica riquíssimo, esperando o momento certo para dar o troco.

"Ele vai buscar o ponto fraco de cada um dos ex-colegas, que haviam piorado muito de vida", conta Rubens de Falco, o galã máximo daqueles tempos. Ele recebia todos os dias, às 6h da manhã, instruções. por telefone, do próprio Jorge Andrade. As sugestões eram seguidas à risca. Andrade tinha paixão pelo trabalho'', explica o ator.

Daniel compra o solar da mulher por quem é apaixonado, Maria Emília (Yoná, Magalhães), que experimenta a decadência da sua família quatrocentona. Ali, o acusado personagem reúne tocos os seus acusadores, que só mais tarde descobrem quem é mecenas misterioso.

Para o colega avarento, ele dá uma grande quantidade de dinheiro. Para o pai que deseja ver o filho estudando, Daniel consegue a verba necessária. O mesmo acontece com o ator que quer montar uma peça de teatro. "Quando estão todos juntos, Daniel descobre que o reencontro havia sido melhor que a possível vingança", revela Rubens de Falco, que, naquele ano, ganhou o prêmio de melhor ator do ano, pela Associação Paulista de Críticos de Arte, APCA. A novela fez mais sucesso em São Paulo do que no Rio, um fato corriqueiro nos últimos tempos da emissora de Assis Chateaubriand.

"A figura da gaivota tinha a ver com as bicadas que Daniel recebeu de seus colegas no internato", avisa Mauro Alencar, especialista em novelas e consultor da Rede Globo. Havia mais um sentido lembrado por Rubens: o sonho de cada personagem lembrava o longo vôo da gaivota. "Era ótima a abertura da novela realizada por Cyro del Nero, com turma de Astor Piazzola. Nela, já se dava uma pista do mistério", indica o especialista, que elogia também a interpretação de Márcia Real, no papel da diretora do internato.
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"A história tinha consistência e fez um grande sucesso'', afirma Elizabeth Gasper, que fazia uma mulher que sofria de uma cegueira psicológica. Não só Elizabeth elogia o texto de Jorge Andrade, autor também de outros clássicos na TV, como O grito, Os ossos do barão. "Foi uma obra de grande repercussão", avalia o diretor Henrique Martins, que sabia que não havia na novela nada de popularesco.

Primeira novela de Edson Celulari, As gaivotas trazia também Isabel Ribeiro, Altair Lima, Berta Zemel, Latira Cardoso, Paulo Goulart, Cleyde Yáconis, Francisco Milani, que vibravam com a história de Jorge Andrade, multo diferente das produções daquela época. O SBT, que comprou recentemente toda a obra de Jorge Andrade, está pensando em transformar As gaivotas em minissérie.

Fonte: TV Pesquisa (PUC - Rio)


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Gésio Amadeu, Isabel Ribeiro
e Teresa Campos participaram da novela.
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Cenas da novela "Gaivotas" exibidas no documentário "A Negação do Brasil".
ASSISTA ON-LINE

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Novela de Lauro César Muniz
Direção geral de Daniel Filho
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(1977 - Rede Globo)




SOBRE A NOVELA
Texto de Paulo Senna, publicado pelo jornal O Globo (11/11/2001)
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"Espelho mágico" (1977), de Lauro César Muniz, ia ao ar às 20h, na Rede Globo, trazendo os bastidores da TV para a frente das câmeras. Enquanto contava história sobre atores e jornalistas que circulam nos estúdios de gravação, mostrava, dentro da trama, uma outra novela, "Coquetel do amor". O elenco era formado pelos próprios personagens, que montavam ainda uma peça de teatro, "Cyrano de Bergerac". O mais interessante na novela foram os tipos criados por Lauro, com uma escalação próxima da vida real. Tarcísio Meira e Glória Menezes faziam o casal famoso da TV; Sonia Braga era a jovem atriz que lutava para vencer; Yoná Magalhães (Nora Pellegrini), uma atriz em crise por não conseguir mais papéis de mocinha nas produções, e Daniel Filho, o diretor de novelas. Tinha ainda a dupla pai e filha do teatro de revista formada por Lima Duarte e Djenane Machado, além de Pepita Rodrigues como a atriz que abandonava a carreira para se casar com um milionário. Juca de Oliveira era Jordão Amaral, o dramaturgo sem projeção. Tony Ramos deixava a TV Tupi e estreava na Globo e Vera Fischer, ex-miss Brasil, iniciava uma carreira de estrela, como Diana Queiroz.

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VOCÊ ESTÁ GOSTANDO DE ''ESPELHO MÁGICO''?
Escrito por Artur da Távola, publicado pelo jornal O Globo (10/07/1977)
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Com a entrada do "Cyrano de Bergerac" e da novela "Coquetel de amor" (será uma novela dentro de outra) "Espelho Mágico" deverá tomar um impulso de popularidade e audiência ainda não conseguido, em que pese a qualidade do texto de Lauro César Muniz, a honradez da sua proposta, o nível dos diálogos, a atualidade dos conflitos e a verdade buscada.
Segundo consegui saber (vi, inclusive fotos belíssimas tiradas para a revista "Amiga") o tratamento teatral que está sendo dado à encenação do Cyrano é de excepcional qualidade e cuidado, com um diretor de cena francês, que está montando a peça tal e qual ela viesse a ser encenada em teatro.
A própria marcação dos atores no Cyrano é em função da existência de uma platéia hipotética de teatro e não em função das câmeras de televisão, como ocorre nas novelas. Soube de depoimentos de atores e atrizes que intervêm no "Cyrano de Bergerac" dentro dê "Espelho mágico", impressionados com a alta qualidade artística que Daniel Filho está ousando e a Globo topando nas cenas do teatro, o que cala, aliás, a boca de Walmor Chagas, quando diz, em entrevista de anteontem, que na televisão não é possível haver arte ou fazer-se arte. Porque ele nunca a fez ou quase nunca conseguiu fazê-la, não é justo que diga que na televisão não existam possibilidades artísticas de bom nível.Eu poderia passar o resto da crônica citando momentos de alta qualidade artística em televisão. É verdade que Walmor apareceria muito pouco nessas citações, não por ele que é ator de raro talento e bons recursos, mas pelos personagens que recebe quase todos estereotipados e lineares, como esse insuportável Fábio de "Loco-motivas", novelinha onde os homens só fazem o papel de panacas ou de objetos sexuais, como disse muito bem o ator João Carlos Barroso. Walmor está sendo radical ao generalizar a sua experiência pessoal. Mas volto ao "Espelho mágico''.
Parece que serão gravadas cenas no total de quase hora e meia de "Cyrano" (a peça original leva mais de três) com os momentos fundamentais da obra de Rostand. Essas cenas serão distribuídas ao longo de alguns capítulos de "Espelho mágico". Isso deverá não só movimentar a novela, como dar-lhe uma dimensão cultural de rara importância. Inclusive quanto a habituar o grande público a textos teatrais, pois a tradução do "Cyrano" tem o tratamento literário do original, belíssimo, aliás, embora antigo como estilo.
O outro pólo de "Espelho mágico" será a novela dentro da novela, ou seja "Coquetel de amor" que Jordão (Juca de Oliveira) está a escrever. A propósito, Juca de Oliveira e Yoná protagonizaram quinta passada um belo momento de "Espelho mágico", ele enrustindo o ciúme, ela explodindo-o. Estão ambos excelentes. Juca já conseguiu passar aquele mundo de silêncios e inquietações inexplicáveis, latejante, no escritor, nas duras fases de criação. Yoná, igualmente, o desajuste de uma paixão (a dela por Jordão) mal administrada, sofrida, misturada com as fossas da meia-idade e de uma carreira travada por impasses e poucas respostas do sucesso. Muito bom. "Coquetel de amor" deverá ser o lado mais popular de "Espelho mágico", seu gancho de audiência.Pessoalmente creio que "Espelho mágico" mais do que novela está virando o teste mais importante de toda a história da Rede Globo. Sabem por quê? Porque a rede está arriscando não dar certo do ponto de vista de audiência (eu acho que vai dar certo, principalmente se o Lauro César Muniz desintelectualizar alguns diálogos e algumas redundâncias de natureza autobiográfica). Só quem arrisca merece vencer. Quem pretende apenas vencer e não aceita perder não merece as vitórias.A publicitária Rose Saldiva chamou-me a atenção para um fato interessante: Será que o grande público quer mesmo ver os seus ídolos desmitificados (ó revisão, deixar assim "des - mitificados", de mito. Se corrigirem. para desmistificados, com s, muda o sentido)? Será que o grande público prefere ver os seus atores (que são os deuses do seu Olimpo) sofrendo; com impasses; amargurados; fossentos; escovando os dentes depois do um pifão (cena na qual Pepita Rodrigues esteve magnífica e comovente!); sofrendo na carne o pouco tempo que têm para dar aos filhos que põem no mundo; assustados com o futuro; lutando por um papel; entredevorando-se? Será?É uma bela pergunta. Do ponto de vista do comportamento do mercado, pode ser que este, numa autodefesa da própria necessidade de ilusão, prefira ver os seus ídolos sempre inatingíveis, perfeitos, olimpianos, intocáveis, belos, fortes, poderosos. Alienação ou não, a verdade é que as idealizações fazem parte do cortejo de necessidades psicológicas do ser humano e pode ser que algo se quebre dentro do público, quando ele perceba que está desvendando o mundo dos seus ídolos e esse mundo é igual ao seu em insegurança, medo e até mediocridade, feiura e até pobreza, convivendo com a grandeza e a esperança.
Por outro lado, porém, Lauro César Muniz, o autor, ao arriscar romper essa imagem "ungida" de que o público necessita, está humanizando intensamente a visão do artista. Ele está dando uma dimensão critica e analítica ao público, ao colocar os artistas em carne viva, lutando por ser e existir, com todo o desespero e toda a beleza que os constituem.É exatamente por causa desse conflito que o desafio de "Espelho mágico" talvez seja o maior que a Rede Globo já enfrentou no horário das 20 horas, consagrado até hoje ao novelão sentimental e não ao drama realista. Se vencer, o resultado terá grande importância para o futuro da telenovela.
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VÍDEO
Rosana (Glória Meneses) atira em Ciro (Tarcisio Meira) em cena da novela "Coquetel de Amor", dentro da novela "Espelho Mágico".

sexta-feira, 20 de julho de 2007


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ROQUE SANTEIRO
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OS CAPÍTULOS DE UMA NOVELA QUE FOI SEM NUNCA TER SIDO
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CENSURA DIZ QUE PROIBIU A NOVELA EM DEFESA DA MORAL, ORDEM PÚBLICA E DA IGREJA
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Reportagem publicada pelo Jornal do Brasil (29/08/1975)
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Brasília - A presença, dentre outros pontos negativos, de matéria contendo "ofensa à moral, à ordem e aos bons costumes bem como achincalhe à Igreja", foi o motivo principal da proibição, pela Divisão de Censura, da novela Roque Santeiro, cuja estréia a Rede Globo de Televisão havia marcado para o último dia 26.
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Os motivos foram apontados ontem em nota divulgada pela Direção-Geral do Departamento de Polícia Federal, com a finalidade de esclarecer a opinião pública sobre o assunto, amplamente abordado por aquela emissora que, a 16 de maio último, foi advertida sobre a impossibilidade de ser examinada a peça através de uma sinopse.
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A NOTA
"Com referência à nota ontem divulgada pela Rede Globo de Televisão, a propósito da novela Roque Santeiro, de autoria de Dias Gomes, a Divisão de Censura de Diversões Públicas do Departamento de Polícia Federal esclarece o seguinte, em resumo:
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1 - Em data de 16 de maio, a Divisão de Censura comunicou à Rede Globo, que, como a sinopse da novela não oferecia condições para um exame em profundidade, era necessária a apresentação dos textos em grupos de 24 a 38 capítulos, antes de realizada a gravação dos mesmos, para que, com o exame antecipado, pudesse a Censura manifestar-se seguramente, no que dissesse respeito à classificação etária, a ser depois confirmada com a verificação das gravações.
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2 - Em data de 4 de julho, a Censura comunicou à Rede Globo que os textos dos capítulos de números 1 a 20 haviam sido aprovados para apresentação após as 20h, condicionados, no entanto, à verificação das gravações, para obtenção do certificado liberatório; permanecia a exigência da remessa antecipada dos capítulos subseqüentes, posto que, ocorrendo maiores implicações de ordem moral ou social, poderiam ser vetados os outros capítulos ou mudado o horário da novela.
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3 - Em data de 20 de agosto, a Censura comunicou à Rede Globo que o exame das gravações permitiu uma melhor avaliação da novela, levando-a a reconhecer que havia aspectos intoleráveis para a faixa das 20h, donde decidir-se classificá-la para maiores de 16 anos, liberando-a para após as 22h, sujeita ainda a novela a vários cortes com o fim de suprimir cenas e situações inconvenientes.
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Acrescente-se que o parecer dos censores que examinaram a novela assinala, dentre outros pontos negativos, que a mesma contém: "ofensa à moral, à ordem pública e aos bons costumes, bem como achincalhe à Igreja."Acentue-se, finalmente, que, nos contatos pessoais havidos entre a Censura e elementos credenciados da direção da Rede Globo de Televisão, em Brasília, desde o início do exame do problema, inúmeras advertências e apelos foram formulados, com o propósito de evitar a exibição da novela Roque Santeiro, sobretudo no horário das 20h".
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CANTÍDIO EXPLICA
O Delegado Cantídio Sampaio, como líder da Arena. esclareceu ontem a posição da Censura relativamente à novela Roque Santeiro. Afirmou que a proibição se restringiu a horário, estabelecendo-se que poderia ir ao ar às 22h, em vista das inconveniências do seu enredo.Adiantou que os responsáveis pela transmissão da novela não podem alegar terem sido surpreendidos pois foram avisados das restrições da Censura, por escrito, em maio, em julho e ultimamente a 20 de agosto, além de terem recebido apelos de ordem pessoal relativamente ao conflito entre a propaganda que se fazia e as objeções oficiais.
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CARTA
Um grupo de 23 artistas de teatro, cinema e TV tentou ontem entregar uma carta ao Presidente Ernesto Geisel, na qual exprime a apreensão da classe diante dos obstáculos que vêm enfrentando para exercer a profissão. Eles não passaram nas ante-salas, onde foram recebidos pelo Sr Alberto Costa, subchefe especial do Gabinete Civil. Após alguns minutos de ligeira confusão, o ator Paulo Gracindo leu em voz alta, a carta dirigida ao Presidente que, entre outras coisas, afirma que "o país vive uma triste contradição: enquanto a sociedade se moderniza, a cultura, por efeito de um código de censura anacrônico e implacável, se avilta, se desfigura, e se desnacionaliza".
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A SAGA DE ROQUE SANTEIRO FOI FINALMENTE LEVADA AO AR DEZ ANOS DEPOIS
Extrato de um texto escrito por Miriam Lage para o Jornal do Brasil (23/06/1985)
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Passados 10 anos, Roque Santeiro deixou de ser "uma ofensa à moral pública e ameaça à segurança nacional". Na verdade, Dias Gomes nunca viu temperos tão fortes em sua história. "A novela foi apenas um bode expiatório em dado momento e sua proibição teve objetivos políticos insondáveis" — diz ele. Os rótulos aplicados pela Censura à novela até o preocupam: "O público não deve esperar uma obra terrível, sequer chega a ser moralmente audaciosa. A novela não tem nada de mais. A Censura era inteligente de menos. "Como em todos os textos de Dias Gomes, a crítica social é um dos temas de Roque Santeiro. Cutuca a sociedade capitalista e a dupla face do progresso . Fala da corrupção, do desenvolvimento que beneficia apenas um pequeno grupo. "Uma meia paródia do milagre brasileiro" — brinca. Mas o centro da história é a discussão do mito.


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VÍDEO
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Veja o elenco das duas versões de "Roque Santeiro".
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sexta-feira, 13 de julho de 2007

Novela de Bráulio Pedroso
Direção de Walter Avancini e Jardel Mello
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Rede Globo - 1974/1975



ASSASSINATO TRANSFORMA UMA FESTA EM 'REBU'

Escrito por Rose Esquenazi
Publicado no Jornal do Brasil (09/01/93)


O povão não entendeu nada e também não gostou do que viu na TV. O rebu era uma trama sofisticada que não se parecia com nenhuma outra novela passada. O escritor Bráulio Pedroso fez com que uma festa de sete horas tivesse ganchos para ilustrar 110 capítulos. O assassinato de um dos 24 convidados obrigou o público a pensar: não era preciso descobrir apenas quem era o assassino (tarefa para 80 capítulos), mas também quem tinha sido a vítima (questão a ser desvendada nos primeiros 30 capítulos) e a razão do crime. As dicas eram dadas aos poucos. Algo que hoje pode lembrar Você decide.Os personagens iam mostrando as suas intenções antes do crime numa sucessão de flashs-backs, ao mesmo tempo que a polícia revelava o andamento das investigações, eliminando os inocentes da lista dos suspeitos. A requintada recepção oferecida pelo milionário Conrad Mahler, um banqueiro com toda pinta de gay, interpretado pelo ator e diretor Ziembinski, tinha como objetivo homenagear a princesa Olímpia Buoncompagni (Marília Blanco).
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Conrad morava numa mansão no Alto da Boa Vista com o seu filho adotivo Cauê (Buza Ferraz), provável herdeiro de todos os seus bens. Cauê mantinha um romance com Sílvia (Bete Mendes), e esse namoro não contava com a aprovação de Conrad.
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Para complicar a trama, aparece na história um personagem chamado Boneco (Lima Duarte), um ladrão inteligente que consegue se infiltrar na festa através de uma senhora de 60 anos com quem mantém uma amizade-colorida.Na verdade, todos os convidados, incluindo o anfitrião, podem ser considerados suspeitos. Tanto a grã-fina que é destaque numa escola de samba (Teresa Raquel), quanto o jogador de futebol (Wilton Pontes Eloy) ou o milionário à beira de uma crise esquizofrênica (Carlos Vereza). Entravam na lista o cirurgião plástico metido a conquistador (Felipe Wagner), um mergulhador que quer subir na vida (Rodrigo Santiago), uma mulher frustrada (Izabel Ribeiro) e outras figuras bastante complicadas.O rebu foi ao ar em 1974 sob a direção de Walter Avancini, obrigado a incutir problemas existenciais em todo o elenco. Mas as fossas e depressões não tinham nada a ver com as novelas mexicanas, onde o bem e o mal brigavam com todas as forças. Não se parecia tampouco com a novela-verdade que apareceu pouco antes como uma novidade e que cansou o público da mesma maneira.
Com O rebu nascia o thriler numa sociedade rica e perversa onde todos traem, não conseguem ser felizes e cultivam o mau-caratismo como esporte predileto.
Ah, além disso, valorizam a riqueza e a competição e por isso não entendem porque Mahler convidou para a festa seu arquimimigo nos negócios, o industrial Carlos Braga Vidigal (José Lewgoy).O rebu nasceu de uma cena que Bráulio Pedroso assistiu no filme Sunset, Boulevard, em que um corpo aparece boiando na piscina. Na novela a cena se repete e só no final o público descobre que quem matou Sílvia foi o banqueiro enciumado. Na Globo, às 22h, o autor de Beto Rockfeller e O cafona queria descobrir um pouco mais sobre os mistérios que movem os seres humanos. Bráulio gostava de repetir a primeira frase da novela, dita pelo milionário ao delegado: -Estranhas? Qualquer pessoa vista de muito perto é sempre muito estranha.
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VÍDEO
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Conheça a trama e as personagens da intrigante "O Rebu".
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BAIXE O VÍDEO (11,0M)
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Este vídeo está disponível no Memória da TV (YouTube)
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sábado, 9 de junho de 2007

DERCY GONÇALVES
UM SÉCULO DE TRAVESSURAS
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Que mulher é essa...

Que tem a alegria de viver quando muitos já perderam todas as esperanças?

Que acredita na vida, no ser humano, no trabalho, enquanto tantos jovens já estão cansados?

Que desafia os ponteiros implacáveis do tempo com tão bom humor?


Dolores Costa Gonçalves completa 100 anos no próximo dia 23 de junho. Uma mulher que traz nas veias o humor popular que a consagrou e a tornou a primeira dama da comédia brasileira.
Abusada, Dercy nunca teve papas na língua. Sempre disse o que quis e nunca deixou o público sem resposta para nada, ainda que o tema fosse sua vida pessoal e afetiva.
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Dercy participou do auge do teatro de revista brasileiro nos anos 30 e 40. No cinema colecionou vários sucessos como: "Minervina Vem Aí", "Dona Violante Miranda" e "Cala a Boca, Etelvina", todos de 1960.
Na televisão participou das novelas "Cavalo Amarelo" (1980), "Dulcinéia Vai à Guerra" (1981) e "Deus nos Acuda" (1992), além de uma participação muito especial na novela "Que Rei sou Eu?" (1989) e da minissérie "La Mamma" (1990).

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Frases ditas por Dercy em diversas entrevistas publicadas em revistas e mostradas na TV.

"Eu sou uma escola de irreverência"

"A minha vida inteira disseram que eu era puta e eu nunca fui"
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(sobre a primeira e traumática experiência sexual)
"Ele veio me enfiando aquela merda...eu achei que fosse um facão...dei um chute nele que nós fomos parar na polícia"

(sobre as diversas doenças que já teve)
"Eu já tirei mais da metade do estômago, um ovário, tive câncer, turbeculose...eu já não tenho mais nada lá dentro"

(sobre Boni)
"Eu sempre te amei. Falaram que você era meu amante. Pena não ter sido porque eu te comia bem comido!"

(sobre a alimentação)
"Eu como feijoada com carne de porco de madrugada"

"O que falta nos políticos não é nem honestidade, é vergonha na cara"

(sobre a única experiência com uma pombagira)
"Eles me levaram para um cemitério de madrugada para ver essa mulher. Ela apareceu, botou a mão na cintura e começou a gritar: "quê.. quê.. quê.. quê..", depois olhou pra mim e disse: "Não gosto de você". Eu olhei pra ela e falei: "Vai tomar no cu". Ela sumiu..."
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(sobre projetos de vida ainda aos 80 anos)
"Eu vou chegar aos 100 anos"
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E chegou mesmo! Parabéns, Dercy! Você é nossa estrela maior!


Guilherme Staush
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VÍDEOS

No programa "Boa Noite Brasil" (2005), comandado por Gilberto Barros - BAND.
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Dercy fala de política, sobre a primeira relação sexual e responde às perguntas indiscretas do público.
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No programa "Hebe" (2006) - SBT
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Hebe relembra grandes momentos de Dercy em seus programas no SBT.
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Fonte: IMDB e Wikipédia
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sábado, 5 de maio de 2007








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Novela de Marcílio Moraes e Rosane Lima
Direção Geral de Flávio Colatrello
Rede Record - 2005
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ESSAS MULHERES
UMA PEQUENA OBRA-PRIMA NA TELA DA REDE RECORD
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"Essas Mulheres" mostrou que nem tudo está perdido no reino da teledramaturgia. A novela combinou um excelente elenco com uma belíssima reconstituição de época, ótima iluminação, uma trilha sonora de qualidade e figurinos lindíssimos para contar as histórias de Aurélia, Lúcia e Mila, personagens dos romances "Senhora", "Lucíola" e "Diva", de José de Alencar.

As ótima interpretações das três atrizes principais - Christine Fernandes, Carla Regina e Miriam Freeland - e vilões de primeira, como Paulo Gorgulho, Adriana Garambone, Roberto Bomtempo e Ana Beatriz Nogueira, garantiram o sucesso desta novela, que juntamente com "Cidadão Brasileiro" é o melhor trabalho da emissora. Uma pena que a Rede Record não aposte mais em trabalhos de tanta qualidade e prefira investir em produções que explorem a violência urbana para alavancar a audiência. Contudo, fica registrado esse belíssimo trabalho de Marcílio Moraes.
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VÍDEOS
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A abertura da novela.
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Lemos (Paulo Gorgulho) e Aurélia (Christine Fernandes) discutem. Ele não quer que ela se encontre mais com Fernando Seixas.

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Fernando (Gabriel Braga Nunes) e Aurélia (Christine Fernandades) se entregam à paixão.
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Torquato (Petrônio Gontijo) acusa Adelaide (Adriana Garambone) de ter tentado envenenar Aurélia.
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O final de Fernando Seixas e Aurélia Camargo.
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Última cena do último capítulo da novela, mostrando o tradicional FIM.
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O elenco, autores e diretores creditados no último capítulo da novela, após o chamadão de estréia de "Prova de Amor", a novela que substituiu "Essas Mulheres".
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