terça-feira, 13 de março de 2007





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Novela de Marcílio Moraes, Leonor Bassères e Euclides Marinho
Rede Globo - 1990
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Crítica de Maria Helena Dutra, publicada no jornal O DIA (02/12/1990)
(o texto foi postado na íntegra, da forma em que foi publicado pelo site da PUC-RIO)
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JUSTO. O TÍTULO DE MICO PRETO PARA MAIS UMA NOVELA PERDIDA PELA GLOBO
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Aborrecido. Ter de ficar neste cantinho reclamando sempre da falta de respeito com o qual o público de novelas anda sendo tratado pelas emissoras que as produzem. Todo mundo chia, faz queixas, se enerva e nada adianta. As malas continuam pesadas e as bombas detonando. E silêncio a gente não pode manter diante, por exemplo, deste acinte recentemente encerrado, que a terra lhe seja muito pesada, intitulado até com certa felicidade de Mico Preto. Pois realmente ficou com esta corta na mão e mente quem teve a sagrada paciência de ver este embaralhado até o fim. E olhe que eu até gostei de seus primeiros capítulos. Era engraçada a cadeia de enganos que levou um pé-de-chinelo, inicialmente super bem interpretado por Luiz Gustavo, à direção de uma grande empresa. Divertidos seus azares urbanos e o universo que habitava. Pintavam bem, igualmente, o amigo Otávio Augusto, a família de Mauro Mendonça e os ricos doidinhos liderados por Miguel Falabela. Nenhuma originalidade, mas cadenciado.Só que durou menos que uma rosa este ledo engano inicial. Em lugar de novela Mico Preto não passou de uma anedota que se esgotou no primeiro mês de transmissão. Depois o fôlego de Marcílio Moraes, Leonor Bassères e Euclides Marinho, os autores, se esgotou completamente e nem o auxílio de Walter Negrão deu para segurar a cauda do bicho. E ele entrou de cara no esquemão superado e rançoso da Globo de agora. Ricos e pobres se mostravam apenas ladrões e canalhas, quem não entrava nessa trocava de par a toda semana. No meio, um casal homossexual copiado sem qualquer vergonha do enredo de A Gaiola dos Loucas invadindo o antigamente prudente horário das sete da líder de audiência. E ainda tem gente que acredita na orquestração desta emissora e escreve a sério que é o Pantanal o responsável pela indignação pública diante da imoralidade na telinha. A produção da Manchete é virgem face às sacanagens, imoralidades e negativos comportamentos que agora dominam mesmo todos os títulos do escabroso primeiro canal.O quase irreconhecível canal quatro que tirou de cartaz seu Festival 25 Anos e o Globo Repórter para deixar mais tempo ainda disponível aos arapongas e filmes descerebrados. Seu público realmente está "micado". E neste clima não se podia esperar mais de quem trabalhou na falecida das sete. Dênis Carvalho e Denise Sarraceni não vão colocar em seus currículos o fato de a terem dirigido. Fizeram apenas estiva. O mesmo aconteceu com o elenco. As reclamações públicas de Louise Cardoso e o silêncio resignado de José Wilker dizem bem do ânimo da turma. Só mesmo dever de ofício fez o segundo interpretar um cara que seqüestrava uma criança para ganhar o amor da primeira. Troféu Macaco Tião da trama mais idiota do ano. Ao lado deles, também em esquecíveis desempenhos, estiveram Glória Pires, o pior papel de sua vida, o superexagerado Oswaldo Loureiro, Maria Padilha, imitando em quase tudo Marília Pêra, Miguel Falabela, nenhum de seus personagens fez jus a sua inteligência e nem foram aproveitados os esforços de Eva Wilma, Sérgio Viotti e Marcela Cartaxo. E Geórgia Gomide não merecia o castigo que recebeu.Enfim, uma infelicidade que não fez, muito justamente, o maior sucesso junto ao público. Só a platéia inerte da Globo agüentou. Pior é que as chamadas para lua Cheia de Amor, o nome feio que arrumaram para a é volta de Dona Xepa, mostra os mesmos conflitos e igual vale tudo para e subir financeiramente na vida. Até quando tu - oh, Globo - abusarás da paciência nossa?
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ABERTURA
A abertura da novela "Mico Preto".
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