sábado, 25 de outubro de 2008

SAUDADES
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30 ANOS SEM ZIEMBINSKI
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Quando chegou ao Brasil, em julho de 1941, aos 33 anos, Ziembinski não falava uma palavra de português e achava que todas as peças em cartaz no Rio de Janeiro tinham o mesmo nome: "Hoje". O destino do judeu polonês, que passara dois anos fugindo da guerra, era Nova York, onde nunca esteve. Desembarcou no Rio e ficou tão encantado com a cidade que não teve coragem de ir embora.
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Zibgniew Ziembinski já era um consagrado ator e diretor do teatro europeu quando chegou aqui. Aos 23 anos, tinha sido diretor do Teatro Nacional de Varsóvia. Descobriu Os Comediantes, um grupo de atores bem-nascidos que tinham no teatro mais um passatempo. Ziembinski transformou-os em atores profissionais e mudou a cara do teatro brasileiro com a montagem da ousada Vestido de noiva, de Nelson Rodrigues, em 1943. Em cena, colocou 132 efeitos de luz e 20 refletores - alguns deles emprestados do jardim do Palácio da Guanabara.

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Um diretor polêmico, que se dizia o "criador do teatro brasileiro". Odiado por uns, idolatrado por outros. Severo, enérgico e escandaloso. Muitos dos atores com quem trabalhou nas 94 peças que dirigiu tiveram vontade de assassiná-lo com requintes de crueldade. Ensaiava até a exaustão e, enquanto nada ficasse como queria, ninguém ousava ir embora. "Até o dedo mindinho tinha que ficar na posição que ele mandava", conta Paulo Autran.

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Foram 50 anos de teatro, 35 deles no Brasil. Passou pelo TBC e pelo Teatro Cacilda Becker. Também foi pintor e fotógrafo até 1978, quando morreu, aos 70 anos. Para o crítico, Sábato Magaldi, Ziembinski foi "um monstro do teatro, figura extraordinária que pairou sobre a beleza do Rio de Janeiro."

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VOCÊ SABIA?
Dormindo em cena durante uma peça, Cleide Yáconis lhe cutucou. Assustado, deu tal pulo que a calça apertada rasgou. As cortinas foram fechadas.

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Texto: revista Isto é
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Participou de telenovelas como: "Bandeira 2", "Cavalo de Aço", "O Rebu", "O Grito" e "O Bofe", onde interpretou Stanislava, a primeira perasonagem travestida da teledramaturgia. Uma velhinha polonesa que se embebedava com xarope e sonhava com um trapezista.
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VÍDEO
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Reveja a reportagem exibida pelo Fantástico, em 1978, na ocasião da morte do ator.
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