quinta-feira, 10 de março de 2011











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Novela Cambalacho completa 25 anos!
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Um verbete de dicionário explicava aos telespectadores o que significava a palavra "Cambalacho". Foi assim o teaser da novela de Sílvio de Abreu e direção de Jorge Fernando, que estreou no dia 10 de março de 1986, na Rede Globo.

A atração, exibida às 7 da noite, inovou por trazer grande parte dos personagens, inclusive os protagonistas, como trambiqueiros. Claro que alguns aplicavam pequenos golpes por uma boa causa. Era o caso de Leonarda Furtado (Naná), a protagonista vivida por Fernanda Montenegro, uma mulher de 50 anos que vivia de pequenos cambalachos juntamente com seu parceiro, Jerônimo Machado (Jejê), para poder criar as crianças pobres que recolhia das ruas ou que apareciam na sua casa, situada numa pequena vila do Carandiru.
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O advogado Rogério, personagem de Cláudio Marzo, outro protagonista da trama, era capaz dos golpes mais sórdidos para conquistar mulheres, mesmo tendo um casamento feliz com Amanda (Suzana Vieira). No início da novela, por exemplo, ele viaja para Roma, e forja um casamento com uma artista americana, Debbie Day (Christine Nazareth), apenas para levá-la para a cama. Feito isso, ele embarca de volta para o Brasil, abandonando a gringa na Europa.
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Andréia (Natália do Vale) é a grande vilã da história, e já nos primeiros capítulos mostrava bem quem era, casando-se com o milionário Antero Souza e Silva (Mário Lago), um senhor de 70 anos que procurava a filha desaparecida.
Após o casamento, Andréia arma um plano para assassinar o marido e ficar com sua fortuna, mal sabendo que os espertalhões Jejê e Naná já haviam planejado um cambalacho bem mais elaborado para que a cinquentona se passasse pela filha desaparecida do milionário.
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O desvio de caráter era um traço comum em quase todos os personagens da novela. Mesmo os personagens do bem, providos de boa formação moral, não deixaram de cometer seus deslizes ao longo da história, como o correto bailarino Thiago e a advogada Amanda.
Talvez seja isso que a novela quisesse mostrar: ninguém é completamente honesto, incorruptível. Mesmo as pessoas dotadas de boa formação moral são capazes de cometer pequenos cambalachos.
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É praticamente impossível falar de Cambalacho sem lembrar da dupla Lili Bolero e Tina Pepper. A primeira, uma cantora frustrada, que acusava a estrela Ângela Maria de ter lhe passado uma rasteira, afundando sua carreira artística. E a segunda, uma funcionária muito doida da academia Physical, que vive fazendo macumba para agarrar o objeto de seus desejos, o lindo Aramis (Paulo César Grande). Mais tarde, Tina, é levada a entrar na carreira artística pelo trambiqueiro Jean Pierre (Luiz Fernando Guimarães), usando a voz de sua mãe como backing vocal.
Consuelo Leandro e Regina Casé brilharam como mãe e filha. Com interpretações antológicas, conquistaram o público e se tornaram o grande sucesso da novela.
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Outro casal que conquistou o público foi o bailarino Thiago, vivido por Edson Celulari, e a mecânica casca grossa Ana Machadão, personagem de Débora Bloch. Um casal completamente atípico, e que, através de suas diferenças e de sofrerem o preconceito da sociedade, conseguiram encontrar a felicidade. Tudo isso com boas doses de humor, naturalmente.
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Talvez seja bem fácil compreender o grande sucesso da novela: uma história muito bem escrita, contagiante, com personagens cativantes e um elenco afiadíssimo! Talvez nunca uma novela tenha tido um elenco tão bem escolhido e tão bem adequado aos seus personagens. O que se viu em cena não foram simplesmente atores que conduziram bem seus personagens, mas um elenco que conseguiu ir muito além do que normalmente se espera de um ator em cena.
Um ótimo texto, aliado a grandes interpretações, tornaram a novela de Silvio de Abreu inesquecível!
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VÍDEO
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Veja uma reportagem exibida pelo Vídeo Show hoje (10/03/2011), em comemoração aos 25 anos da novela.

7 comentários:

Kleiton Alves Hermann disse...

Foi uma ótima novela, com certeza. Inesquecível.
Adorava o tio Biju defendendo seus sobrinhos, e sua paixao pela Lili Bolero.
Ótima trilha internacional que tinha greatest love of all e captain of the heart.
Parece mentira que lá se vao 25 anos.

Telinha VIP disse...

Acho que Cambalacho tem algumas falhas na trama e uma história meio fraquinha. Silvio atingiu seu ápice mesmo em Rainha da Sucata. Ali ele fez o seu trabalho mais maduro, com uma trama perfeita que dosou bem humor, drama e suspense.

Unknown disse...

Vamos fazer um comparativo com o que acontece hoje no mesmo horário das 19h: em "Cambalacho", quantas referências a novelas e personagens antigos da TV são feitas e quantas vezes elas se repetem ao longo da trama? Quem viu a novela, sabe a resposta: a novela fez sucesso por si mesma, fazendo referência à sua própria história, ou seja, uma aula de como deve ser feita uma novela.

Pois agora, parece que é assim: para alguém ser considerado uma revelação ou um gênio como roteirista, basta apenas inserir uma enxurrada de referências babacas aos personagens de novelas da década de 80 nos diálogos. Os novos roteiristas deveriam vir mais do teatro, do cinema ou da literatura, ou qualquer coisa livre dos vícios da televisão. Oficinas de roteiristas dão nisso: os diálogos desnecessariamente sobrecarregados com referências a novelas e personagens antigos a cada cinco segundos. Por isso, o resultado fica repetitivo e, pior, babaca. O Alexandre Borges é um bom ator, mas foi vítima dessa mediocridade que fizeram no texto de seu personagem. Afinal, que criatividade houve nesse remake de "Ti-Ti-Ti"? Nenhuma! Uma novela excessivamente prejudicada pelo espichamento e que, graças a Deus, vai acabar na próxima sexta-feira.
O Walcyr Carrasco pode ser um autor muito pichado, mas ele pelo menos vai fazer uma novela ORIGINAL sem apelar para referências inúteis (babacas mesmo).
E não vai, com toda certeza, trabalhar com roteiristas pernósticos como Vincent Villari que se acha um gênio por rechear os diálogos de "Ti Ti Ti" versão 2010 com uma personagem chamando outra de "Fera Radical" como se isso fosse algo inteligente, mas é só pra encher linguiça!

Mauro Barcellos disse...

Rodrigo,
Silvio faz várias referências cinematográficas em Cambalacho. A própria Andréa se sinpira em um filme do hitchcock para ´matar o marido.

Quanto ao Walcyr, sabe-se lá de onte ele tem suas "inspirações". Foi acusado de plágio por Alma Gêmea, Chocolate com Pimenta foi "inspirada" em várias obras, e O Cravo e a Rosa é um remake descarado de O Machão, coisa que nunca foi creditada à obra. De original não tem nada!

Anônimo disse...

O bacana de Ti Ti Ti foi homenagear a própria TV. Novelas com referências nós sempre tivemos, mas nunca uma que se permitisse alusões ao próprio gênero telenovela. Cambalacho é cheia de referências cinematográficas mesmo, como disseram acima. Todos os trabalhos do Sílvio de Abreu são, assim como muitos do Gilberto Braga. O que deu esse aspecto “babaca” para Ti Ti Ti foi o fato das referências se repetirem quase todo o capítulo. Saturou. No mais, também não vejo criatividade em Walcyr Carrasco. O casal protagonista de sua próxima novela veio de O Cravo e a Rosa, enquanto paralelas repetem tramas de Chocolate com Pimenta.

Anônimo disse...

Falando sobre Cambalacho, assunto do post... Adoro a novela, desde que a vi na reprise do Vale a Pena Ver de Novo. Dessa época, só restaram as lembranças de uma boa novela, que pude acompanhar melhor graças a internet. É, pra mim, o melhor trabalho de Sílvio de Abreu e a melhor trama das 19h dos anos 80, dentre as que pude acompanhar. Destaco o trecho do texto que rememora que todos os personagens se renderam a cambalachos. Ana Machadão se fez passar por outra pessoa para conquistar Tiago; já este escondia de Amanda o affair que o marido dela, Rogério, teve com Debbie Day.

Bons tempos em que a TV nos brindava com produções como esta. Ótimo texto, Gui. Adorei!

ofelia1407 disse...

Alguen tiene toda la novela? ofelia1407@live.it