40 INTERPRETAÇÕES FEMININAS ANTOLÓGICAS DA TV Parte 2
por Guilherme Staush
11.
12. 13. e 14. REGINA DUARTE, BEATRIZ SEGALL, RENATA SORRAH e GLÓRIA PIRES (Vale Tudo)
- 1988
É inegável que Vale Tudo é um dos maiores sucessos da
TV brasileira, e o elenco, muito bem escalado, tem grande responsabilidade
nesse feito. Beatriz Segall deu vida a uma das vilãs mais odiadas da
teledramaturgia. Sua Odete Roitman
usou e abusou do poder de controlar a vida de todos à sua volta, e acabou
colocando tudo a perder justamente por se apaixonar por um sujeito tão
inescrupuloso quanto ela. Odiada por todos, a vilã acabou sendo assassinada por
engano... vejam só! O alvo era outro: Maria
de Fátima, a primeira grande vilã de Glória Pires, que, a partir daí,
entrou para o seleto grupo das grandes atrizes brasileiras. Uma personagem sob
medida para Glória, que soube aproveitar muito bem todos os momentos da
alpinista social que acreditava que só se daria bem se casasse com um homem
rico. Por outro lado, sua mãe, Raquel
Acioli, brilhantemente interpretada por Regina Duarte, era cheia de
princípios, e sustentava a ideia de que só à custa de muito trabalho é que
alguém poderia vencer na vida.
É normal que as grandes vilãs de uma novela ganhem
mais destaque na mídia e sejam sempre mais lembradas pelo público. Por essa razão,
Regina Duarte foi uma das mais injustiçadas na época em que a novela estava no
ar. A atriz fez um trabalho fenomenal, com uma personagem difícil - a heroína
da história - aquela que é enganada por todos durante a novela inteira e que,
muitas vezes, acaba sendo odiada pelo público no lugar das vilãs. Em se
tratando de uma novela de Gilberto Braga, um autor conhecido por escrever
personagens malvadas com maestria, brilhar com um papel de heroína torna-se
mais difícil ainda, e Regina conseguiu isso, com louvor, dando o contraponto
necessário para que Glória Pires também brilhasse com seu papel de filha
ingrata e egoísta.
Heleninha
Roitman,
interpretada por Renata Sorrah, também foi um grande destaque da novela. Poucas
vezes se viu uma atriz interpretar tão bem uma alcoólatra na TV, coisa
dificílima de se fazer. Helena, por ser a rival de Raquel, na disputa do amor
por Ivan (Antonio Fagundes), foi amada e odiada pelo público, mas criou
momentos memoráveis nos diversos escândalos dados por sua personagem ao longo
da novela, quando ficava embrigada.
15. DÉBORA
DUARTE (Pecado Capital) – 1975

16. ROSAMARIA MURTINHO (Pai
Herói) –
1979
E já que o assunto são as “maluquinhas” criadas por
Janete Clair, vamos a mais uma delas: Walkíria. Assim como a Vilma de Pecado
Capital, vivia num mundo todo particular, deixando todos a sua volta à beira da
loucura. Numa antológica cena da novela, a personagem sobe no terraço de um
prédio e ameaça se jogar lá do alto, sendo resgatada pelos bombeiros, e levada
até o chão, presa a um cabo de aço. Uma cena difícil, marcante na carreira da
atriz, que dispensou dublês, num ato de muita coragem. A dupla com Cláudio
Cavalcanti funcionou muito bem em cena, e Rosamaria brilhou, mais uma vez.
17. ADRIANA ESTEVES (Avenida Brasil) - 2012

18. ZEZÉ POLESSA (Memorial de Maria Moura)
- 1994

Em apenas 4 anos, a atriz fez os telespectadores esquecerem a doçura de Naná, sua primeira personagem de grande sucesso junto ao público, na novela Top Model, e criou momentos inesquecíveis ao encarnar com maestria uma personagem tão diabólica: a cena em que Firma é castigada e obrigada a ter sua perna serrada após ser ferida com uma arma de fogo, no último capítulo da minissérie, é uma das mais terríveis de se assistir.
19. RENY
DE OLIVEIRA (Sítio do Picapau Amarelo)
– 1978-1982
A mais lembrada de todas as Emílias que passaram pela primeira versão do infantil Sítio do
Picapau Amarelo, produzido pela Rede Globo, Reny de Oliveira encarnou com
perfeição a boneca de pano, com olhos de retrós e boquinha de batom, que despejava
sua “torneirinha de asneiras” em quem estivesse por perto toda vez que abria a matraca. A voz característica
e o jeito desengonçado da personagem criada por Monteiro Lobato foram
encarnados com perfeição por Reny, que num ato de rebeldia, e por não suportar
mais tamanha dimensão que Emília havia dado à sua carreira de atriz, acabou por
fazer um ensaio na revista Playboy para se livrar de vez da personagem.
20. NORMA BLUM
(Ciranda de Pedra) - 1981
Depois de viver tantas heroínas românticas, a
carreira de Norma Blum deu um giro de 180 graus quando a atriz encarnou sua primeira
vilã na TV – a governanta alemã Frau Herta, na mansão de Dr. Prado (Adriano
Reys). A atriz esteve extraordinária ao encarar o grande desafio de atuar
fazendo um sotaque alemão, interpretando uma personagem tão rígida e fria, de forma contida, sem exagerar nos trejeitos. No final da novela, quando sua personagem é tomada por
uma doença terminal, a atriz deu um verdadeiro show em cena. Ciranda de Pedra, além de ser uma das melhores novelas das 6 de todos os tempos, tendo uma ótima adaptação e reconstituição de época, ainda presenteou o público com interpetações como a de Norma.
continua na próxima postagem ...
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Um comentário:
Deveria estar na lista a Nazaré de "Senhora do Destino"
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