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Revista TV Contigo! (2003)

Guilherme Staush
Uma novela de apenas 70 capítulos na TV Manchete (Novo Amor) e um seriado com 20 na TV Globo (Memórias de um Gigolô) começam esta noite a disputar a preferência do público. Enquanto ao canal 6 pesa a responsabilidade de sustentar as boas audiências de Dona Beija, no 4, o desafio é o de manter o mesmo interesse da minissérie anterior: Anos Dourados. ''A nova ordem econômica, em que reconhecemos muitos méritos, não pode e não deve substituir, na consciência de cada um, o interesse pela nova ordem constitucional. O que temos visto, por esse país afora, é o apetite voraz de sempre".Esse discurso poderia sair da boca de um petista familiarizado com o manejo correto da gramática. Não é o caso. Quem está na tribuna do Senado é Marco Antônio, tipo político íntegro, encarnado pelo ator Carlos Alberto, o mesmo que, no passado, freqüentou o horário nobre da televisão brasileira no papel de galã romântico. Na vida real, Carlos Alberto está tão próximo da política quanto na tela: pensa em candidatar-se à prefeito de Maricá, seu refúgio à beira-mar há quase 10 anos.Essa cena grandiosa marca o início de Novo Amor, novela que a Manchete estréia hoje, às 21h20min. A política, no entanto, é apenas um dos ingredientes da história escrita pelo paulista Manoel Carlos, 53 anos. Entre os autores brasileiros de teledramaturgia, ele buscou um caminho próprio, exercitado nas quatro novelas apresentadas pela Globo - Maria, Maria, A Sucessora, Baila Comigo e Sol de Verão. Em todas elas, seu texto é marcado pela discussão das relações pessoais. Há quem diga que Manoel Carlos é o melhor conhecedor da alma feminina. Em seu terceiro casamento, ele acha essa idéia engraçada. Mas em Novo Amor, encadeia a trama exatamente através do comportamento pessoal de várias mulheres. Casadas, separadas, sonhadoras e lutadoras, as personagens femininas de Novo Amor apresentam a multiplicidade comportamental da mulher. Como cenário, o clima urbano do Rio, Brasília e Nova Iorque, tratado numa ótica limpa, sem caricatura. Um modesto painel do comportamento com multa vontade de acertar - assim Manoel resume sua história. Já estão prontos 55 capítulos que provavelmente irão compor a novela. Nada para um autor que sempre brigou com o trabalho braçal de escrever novelas. Para ele, seriado seria a fórmula ideal para a teledramaturgia. Não que a novela esteja gasta, isso é uma bobagem. Continua com o mesmo vigor de sempre. Mas, como autor, costumava reclamar da obrigação de encher lingüiça, aliás, a mesma queixa do público. Hoje, por exemplo, gostaria que me pedissem para reduzir Baila Comigo para 40 capítulos. Ficaria uma história ainda melhor. E, incluindo-se no bolo, dispara: "novelista é um enrolador".Mesmo tratando de várias mulheres, Novo Amor, como qualquer história, tem uma mocinha: Fernanda, vivida por Renée de Vielmond. Determinada a vencer, brilhará no campo da moda e se instalará num dos vértices do triângulo amoroso composto por Marco Antônio (Carlos Alberto) e Bruno (Nuno Leal Maia), comissário de bordo de linhas domésticas que, acomodado, deixou de lutar por melhores posições. Uma quarta figura se mistura nesse trio, a vingativa Lígia (Nathália Timberg) mulher com quem o charmoso senador mantém um casamento falido há 25 anos.Nas tramas paralelas serão retratadas as agruras do casal de classe média, às voltas com o orçamento, como é o caso de Mário (Jonas Bloch) e Verônica (Esther Goes). A viúva que preenche sua solidão com paixões desastrosas, a ex-mulher que chantageia o ex-marido e o desgaste do amor conjugal transformando-se em tédio serão vividos por Virgínia (Beatriz Lyra), Isabel (Ângela Leal) Tito (Rogério Fróes) e Marisa (Ilka Soares). Espelhando-a competência profissional feminina, aparece Bity (Sônia Clara), produtora de moda e, no protótipo da insegurança, Tereza (Cristina Aché), irmã mais moça de Fernanda. Ela irá se envolver com Fernão (Diogo Vilella), filho de Marco Antônio e Lígia.
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Reportagens extraídas do site: Balaio de Carl Ole
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Texto escrito por Lílian Fernandes, publicado pelo jornal O GLOBO (23/02/1997).
Chegam ao fim as gravações de 'Perdidos de amor'. Passou tão rápido que nem deu para cansar. Esta semana serão gravados os últimos dos 150 capítulos de "Perdidos de amor", que irão ao ar no fim de abril. A audiência, que até agora está na média de três pontos, ficou aquém do esperado, mas o prestigio da trama reafirmou o talento da autora, Ana Maria Moretzsohn, e incentivou a Bandeirantes a continuar investindo em teledramaturgia. Depois de dois fracassos consecutivos, "A idade da loba" e "O campeão", a emissora contabiliza um sucesso modesto, mas animador.- Esperávamos uma audiência de cinco ou seis pontos, mas o que houve é normal, uma vez que estamos reimplantando a dramaturgia. Já sabíamos também que a novela não daria retorno financeiro, mas ela foi boa, e teve repercussão inclusive junto à critica - pondera o diretor-geral da emissora, Rubens Furtado.Em lugares como Florianópolis, "Perdidos de amor" atingiu oito pontos. Por conta da repercussão, Ana Maria Moretzsohn foi convidada a assumir a supervisão do núcleo de dramaturgia da Bandeirantes. A idéia da direção, cujos três últimos folhetins foram realizados pela produtora independente TV Plus, é voltar a fazer novelas o quanto antes.Ana Maria, aliás, é só satisfação. Depois de 11 anos trabalhando na Globo, ela celebra seu primeiro vôo solo. Até então, só havia assinado uma única novela como autora: "Lua cheia de amor", em parceria com Ricardo Linhares.- Fiz o que eu queria, uma comédia romântica, o que estava fazendo falta na TV. E a novela foi muito vista e obteve prestígio na mídia - diz.O elenco também não tem do que se queixar. Principalmente a protagonista, Christine Fernandes, que até então só fizera pequenos papéis na Globo. Graças a "Perdidos", ela já foi sondada novamente pela emissora e estuda uma proposta da Bandeirantes.- Pude provar que consigo segurar uma protagonista. Fiz uma personagem rica e com muito humor - diz a atriz.Seu par romântico, Cláudio Lins, cuja primeira novela foi "História de amor", ficou igualmente satisfeito:- O trabalho teve um resultado acima do esperado. Aprendi muito - conta.O final da trama foi concebido sobre medida para agradar aos românticos. Rodrigo (Cláudio Lins) e Maria Luísa (Christine Fernandes) terão seu primeiro filho. Tiana (Lyla Colares) reconquistará Otávio (Paulo Figueiredo) e ficará grávida. Assim, Vivian (Paula Burlamaqui) e Pedro Henrique (Lugui Palhares) voltarão a ficar juntos, e se tornarão pais de uma menina. Quintino (Jonas Bloch) e Lali (Lucinha Lins) também se acertarão.Os vilões têm destinos diferentes: enquanto Ângela (Ester Góes) foge para o exterior, Fernando (Diogo Infante) é preso. A última cena foi reservada para Jéssica (Carol Machado), que lança um livro sobre a vida de Pedro Henrique. Depois. disposta a escrever a biografia de uma socialite, ela parte com os pombinhos Tony (Miriam Freeland) e Dalton (Carmo della Vecchia) para a Arábia.
Fonte: Banco de Dados TV-Pesquisa